julho 27, 2023

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INSTITUTO AMAZÔNIA+21 firma parceria com a BioTec-Amazônia

ESCrito POR: Assessoria de Imprensa

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Protocolo de intenções foi assinado dia 16 e primeiros planos de trabalho devem começar em um mês, visando cooperação técnico-científica para fortalecer a bioeconomia na região

O INSTITUTO AMAZÔNIA+21 acaba de assinar, no dia 16, um instrumento legal de trabalho com a BioTec-Amazônia, centro de inteligência em bioeconomia sediado em Belém, no Pará, que promove o uso sustentável da biodiversidade estadual e regional, aliando as demandas empresariais e o conhecimento científico/tecnológico.

O objetivo da parceria é juntar forças para a promoção do desenvolvimento sustentável da região amazônica, a partir de cooperação técnico-científica que ajude a viabilizar projetos de fortalecimento de cadeias produtivas estratégicas com foco na bioeconomia e na transformação da biodiversidade amazônica.

Segundo o diretor do Instituto, Guilherme Gonzales, com o protocolo de intenções assinado, as duas entidades agora darão largada a um grupo de trabalho para identificar os pontos de atuação em comum e a aderência das diferentes especialidades e, a partir dessa base, desenvolver projetos em parceria.

“Em um mês já devemos estar com equipes montadas e elaborando os primeiros planos de trabalho”, acredita o diretor-presidente da BioTec-Amazônia, Professor José Seixas Lourenço, ex-Secretário Nacional de Assuntos da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, na década de 90. “A ideia é somar nossas expertises, não podemos alimentar a competição entre instituições, mas trabalhar juntos por essa região tão única e complexa – o que já é um desafio enorme. Existe inteligência na Amazônia e estamos comprovando isso!”

A BioTec pretende introduzir nessa parceria com o INSTITUTO AMAZÔNIA +21 as bases de seu plano de trabalho para os próximos cinco anos, apresentado em abril na primeira reunião do Conselho de Administração de 2023. Pela primeira vez, ela aconteceu fora da sede, em Belém: foi realizada na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPEPP), a convite do presidente da entidade, Marco Antônio Zago, que também integra o Conselho da BioTec-Amazônia e já presidiu o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Uma das bases desse trabalho é o SELO VEGANO, primeira Certificação Vegana por análise de DNA do país, resultado de uma parceria da BioTec-Amazônia com a Thermo Fisher Scientific, que está conduzindo estudos para definição dos parâmetros de análise de DNA em diferentes setores, como têxtil, de cosméticos e alimentício. A Gaudens Chocolate e a Alteroza Alimentos são as duas primeiras empresas paraenses a adquirirem o Selo Vegano da BioTec-Amazônia.

Mas já há interessados internacionais – nada menos que a Accor, multinacional francesa do ramo hoteleiro e uma das maiores do ramo, está em contato com a entidade para atestar produtos da Amazônia a serem utilizados em seus hotéiscom a nova certificação. “Na Europa, especialmente, esse tipo de produto natural tem grande demanda e apelo para atrair o nicho vegano da clientela da Accor Hotéis. Pode ser o nosso primeiro grande cliente internacional”, projeta Seixas Lourenço.

De acordo com o diretor científico-tecnológico da BioTec-Amazônia, Artur Silva, o CEO da rede Accor em Mônaco revelou grande interesse, em encontro recente, em utilizar produtos da Amazônia nos quartos veganos da rede, porém, não tinha como apresentar nenhuma garantia aos hóspedes atestando que eles eram de fato de origem exclusivamente vegetal. “Agora, o nosso Selo Vegano abre as portas para uma infinidade de produtos nessa linha que uma rede de hotéis como a Accor pode utilizar com segurança, abrangendo desde amenities, roupas de cama e banho, chocolates, camisetas, etc.”, complementa. “O interesse na área é tanto que a Sociedade Brasileira de Veganismo também começa a acompanhar nossas inovações”.

RASTREAMENTO POR DNA

Outra frente de trabalho conduzida pela entidadepara o próximo quinquênio é a Certificação e Rastreabilidade de Produtos e Processos com tecnologia por DNA, em parceria com o Laboratório de Engenharia Biológica da Universidade Federal do Pará (ENGEBIO/UFPA).

Ele abrange, por exemplo, o Projeto Genoma do Açaí, para rastreabilidade desse fruto original da região, que conta com investimentos da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA). A partir das informações geradas, será possível garantir a rastreabilidade de toda a cadeia do Açaí da Amazônia, bem como definir padrões de qualidade para batedores e agroindústria.

O rastreamento por DNA pode atestar tanto produtos florestais de origem vegetal quanto produtos de origem animal. No primeiro caso, garantindo a procedência e que são produtos vegetais puros, sem misturas ou aditivos, e, no segundo, que a carne é proveniente de áreas legais.

Assim, a BioTec também investe no rastreamento por DNA da carne de gado produzida na Amazônia, desde o nascimento dos bezerros até o abate e distribuição ao consumidor final. “Em função de haver muita gente criando gado na clandestinidade em reservas extrativistas, os produtores que atuam legalmente no setor acabam penalizados. Com o DNA rastreado, será possível separar o legal do clandestino, seja gado oriundo de grandes ou de pequenas fazendas”, afirma o presidente da entidade.

Nesse processo, a carne começa a ser rastreada já na etapa de cria e recria – o DNA gera um hash inserido no blockchain (tecnologia que agrupa um conjunto de informações que se conectam por meio de criptografia) que permite acompanhar a nutrição, controle sanitário, vacinas e vermífugos dos bezerros. O mesmo acontece na fase da engorda do gado adulto, inclusive com o controle do lote e validade dos vermífugos e dos índices zootécnicos. Já no frigorífico, o rastreamento por DNA controla a qualidade dos cortes, a etiqueta com o QR Code e até o sensor de temperatura. Na distribuição dessa carne, o comprador pode monitorar o sensor de temperatura e a data e hora do procedimento, o que reforça a garantia de qualidade do produto. Por fim, quando a carne chega ao consumidor final, o hash do DNA permitirá o acesso à timeline com todas essas etapas de acompanhamento do produto.

“Nosso diferencial é a alta tecnologia de ponta. Queremos mudar o foco sobre a Amazônia, enfatizando os atrativos e soluções que desenvolvemos para a região, e não os seus problemas”, ressalta o presidente da BioTec. “Hoje, os produtos de origem amazônica não têm garantia de rastreabilidade e nem de qualidade, mas o que estamos desenvolvendo permite mudar radicalmente esse cenário, trazendo agregação de valor ao que é originalmente daqui”.

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