O presidente do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Thomé, tomou posse dia 15 na cadeira da entidade no Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA), durante a primeira reunião do órgão após a reativação do Fundo*.
Thomé foi o escolhido da CNI para a missão por também presidir a Federação das Indústrias de Rondônia (FIERO) e o Instituto Amazônia +21. A CNI é a única entidade privada entre os seis representantes da sociedade civil no COFA.
Na reunião, realizada na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, os conselheiros decidiram que a retomada vai começar pelo atendimento às emergências ambientais e sociais que acometem a região atualmente e, na sequência, promover investimentos que priorizem projetos que gerem escala. O objetivo é viabilizar um maior alcance das ações, inclusive em relação ao impacto positivo na vida das comunidades.
“Saímos da reunião bastante empolgados com esse compromisso da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do presidente do BNDES, Aluízio Mercadante, com o fortalecimento das agendas sustentáveis por meio de projetos estruturais. Isso dialoga diretamente com a agenda da CNI para baixo carbono e do Instituto Amazônia +21 para uma nova indústria na região, que alie a geração de empregos com a sustentabilidade”, aponta Marcelo Thomé.
Ele destaca que é a primeira vez na representação da CNI no COFA que “quem vive e atua na Amazônia estará colocado como ator da questão”. Carioca radicado há 23 anos em Rondônia, Thomé considera um diferencial fundamental na transição para uma economia verde envolver o setor produtivo da região no processo. “Os empresários e as empresas da Amazônia conhecem a realidade e os desafios da economia amazônica, com as particularidades de seus estados e microrregiões. São atores imprescindíveis para superarmos modelos predatórios e gerar na Amazônia uma base econômica sustentável, apoiada na sua própria realidade e nas demandas de suas comunidades tradicionais, ribeirinhas, rurais e urbanas”.
Segundo ele, a participação das nove Federações de indústrias da Amazônia Legal – dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão – reforça esse projeto para a região.
O novo ocupante da cadeira da CNI no COFA acredita que a reativação do Fundo Amazônia é uma oportunidade histórica para se promover o desenvolvimento econômico na Amazônia com sustentabilidade ambiental e justiça social. “Para o Brasil ser protagonista em uma nova economia mundial de baixo carbono, precisa tornar a Amazônia protagonista na economia brasileira. O setor produtivo tem papel fundamental nesse desafio e está atento à agenda de desenvolvimento sustentável que o Governo Federal começa a colocar em prática”, avalia.
(*) HISTÓRICO
O Fundo Amazônia foi criado pelo Governo Federal em 2008 para receber recursos internacionais destinados à conservação da floresta amazônica no Brasil, mas estava congelado pelos credores desde 2019. Foi reativado em janeiro.
Desde sua criação, o Fundo já recebeu um total de R$ 3,3 bilhões em doações, a maior parte (93,8%) da Noruega, e obteve R$ 2,1 bilhões em receitas financeiras, totalizando R$ 5,4 bilhões.
A ministra Marina Silva revelou um esforço de captação de mais recursos para o Fundo, com novos apoios internacionais – além dos já anunciados pela Noruega, Alemanha e Estados Unidos, também Espanha, França e a União Europeia sinalizaram interesse em contribuir. O próprio BNDES anunciou a doação de R$ 3,3 bilhões.